quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

EU NÃO SIRVO DE EXEMPLO PARA NADA...

'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes... Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!

E, entre uma coisa e outra, leio livros.

Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.

Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.

Primeiro: a dizer NÃO.

Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.

Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.

Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.

Você não é Nossa Senhora.

Você é, humildemente, uma mulher.

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável.

É ter tempo.

Tempo para fazer nada..

Tempo para fazer tudo.

Tempo para dançar sozinha na sala.

Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.

Tempo para sumir dois dias com seu amor.

Três dias.

Cinco dias!

Tempo para uma massagem.

Tempo para ver a novela.

Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.

Tempo para fazer um trabalho voluntário.

Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.

Tempo para conhecer outras pessoas.

Voltar a estudar.

Para engravidar.

Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.

Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

Existir, a que será que se destina?

Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada.

Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.

Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C..

Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.

E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'

Martha Medeiros - Jornalista e escritora


(Texto na Revista do Jornal O Globo)

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

MODERNO, PERTINENTE E PARA PENSAR...

DEUS SEGUNDO SPINOZA


“Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.

Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa.

Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.

Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau.

O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.

Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro!

Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?

Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.

Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?

Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti. Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.

Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.

Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro.

Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.

Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei.

E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?

Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.

Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja?

Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.

Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações?

Não me procures fora!

Não me acharás.

Procura-me dentro...

Aí é que estou, batendo em ti.


Baruch Spinoza

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

VIVOS, MAS MORTOS PARA O RECONHECIMENTO

(Minha aposentadoria saiu em fevereiro de 2011. Sabendo que muitos de meus colegas de profissão estão como eu, descontentes com o sistema educacional em que trabalhamos e sabendo que quando saimos do mesmo somos legadas ao esquecimento por todos, escrevi este texto para uma amiga que considero como a uma irmã, para desabafar minha mágoa).



Itai, 22 de fevereiro de 2011

Sônia!
Tudo bem com você?
Comigo? Tudo bem!

A aposentadoria traz uma sensação esquisita, mas gostosa. Para mim foi “normal”, pois ela ocorreu numa sexta-feira e tive sábado e domingo para digeri-la e fazer a “somatória” do que seria a minha caminhada de agora para frente.
Na sexta eu te disse que sairia um pouco “magoada” com o sistema, e que não iria sentir saudades. Verdade amiga, não estou sentindo saudade da escola, mas sinto a “falta da presença” de algumas pessoas que ficaram por lá, mas descobri que ainda posso fazer muito fora da escola e farei, para meu “prazer pessoal”.
Em casa já revirei coisas que havia esquecido de fazer por falta de tempo ou cansaço quando retornava do trabalho.
Sei que depois de muitos anos o sistema não vai agradecer-me pelos serviços prestados e dentro de muito pouco tempo se esquecerá de mim, mas jamais deixarei de ser Professora!
Bem, resolvi reorganizar “minhas coisas”, reler algumas matérias que recebi e li atropeladamente, terminar de escrever histórias que comecei, elas estão aclarando minhas idéias e me mostrando o que não consegui captar na primeira leitura.
Esta revista que está em suas mãos, eu recebi no ano de 2005 e ao reler os textos, a sua imagem vinha em meus pensamentos, então decidi...
– Vou enviá-la para a mana Sônia, talvez ela também leia o texto “A importância de estarmos aqui” e entenda que não devemos nos sentir “machucadas” pelo que nos acontece neste período de vida neste planeta terrestre.
Olha mana! São textos maravilhosos, espero que você goste e faça como eu, pense assim: “Eu não sou o que os outros querem que eu seja e sim, sou o que eu realmente quero e devo ser, para mim e para os que amo, e já fiz o necessário para ajudar a evolução de meus semelhantes, agora vou cuidar de mim, somente de mim, sem mágoa e ser feliz.”
Com votos de Paz Profunda.
Vandenilza - SRC

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A PRESENÇA DE DEUS!




ESTA FOI A PRIMEIRA IMAGEM QUE VI AO OLHAR PARA O CÉU NO DIA

01 DE JANEIRO DE 2012.

DEUS

ESTÁ EM TODOS OS LUGARES.

E DENTRO DE CADA CORAÇÃO DE SER HUMANO EXISTENTE.

ESTÁ DENTRO DO MEU CORAÇÃO.

Jamais gostei do ditado: "Deus é fiel",

na realidade deve de ser

"EU SOU FIEL A DEUS"


EU SOU!