sábado, 13 de agosto de 2011

O arrependimento de Oscar Niemeyer

Projeto: Brasília

"PROJETAR BRASÍLIA PARA OS POLÍTICOS QUE VOCÊS COLOCARAM LÁ, FOI COMO CRIAR UM LINDO VASO DE FLORES PRÁ VOCÊS USAREM COMO PINICO.

HOJE EU VEJO, TRISTEMENTE, QUE BRASÍLIA NUNCA DEVERIA TER SIDO PROJETADA EM FORMA DE AVIÃO MAS SIM DE CAMBURÃO"


Oscar Niemeyer

DIÁLOGO DE ADOLESCENTES


- Oba! As aulas recomeçaram, já estava enjoada das férias, não estava mais agüentando o ritmo parado das coisas, fiz tudo nestas férias, só não li, não escrevi, não copiei nada, só de ver um lápis ou uma caneta me arrepiava toda, dos meus cadernos? Fiz aviãozinhos e despachei rumo ao espaço. Mas... não fazer nada também cansa, que bom que as férias acabaram, posso voltar para a escola, rever os amigos, matar saudades, torcer para que alguns dos professores retornem ou que não voltem mais. Agora, estudar? Isto vai ser outros quinhentos.

- Eu, aproveitei, fiz de tudo que tinha direito, escrevi tudo que me veio na cabeça e sonhei que vou aprender mais, fui na Costa Azul, paquerei os meninos do Voley de areia e levei a maior bronca do meu pai porque fui sem avisar... ah! Briguei com Paulo porque fiquei com o Daniel no domingo, mas nós só estávamos conversando...

Essas foram as palavras de duas adolescentes que ouvi no último domingo, sorri comigo mesma, pois sei exatamente o que os adolescentes fazem nas férias. Eles se preparam para o carnaval e esperam voltar para a escola, vão uma semana conhecer os novos professores, reencontrar os amigos, mata a saudade e ganham uma semana de “férias” para brincar no carnaval. Daí sim é hora de voltar para a escola, e levar a sério o sonho de formar-se no que mais se identifica. Alguns param na metade do caminho, outros conseguem ir até o fim, mais a trancos e barrancos.

É bonito por demais ver a volta às aulas. No primeiro dia as ruas se enchem de crianças com mochilas, de mãos dadas com suas mães, adolescentes e adultos abraçados aos cadernos, caminhando todos para o mesmo local, onde durante o ano todo farão descobertas para não parar no tempo em conhecimentos.

Nos rostos, expressões de ansiedade, a esperança nos olhos de que tudo seja novo, melhor do que no ano passado, faz com que a adrenalina suba a mil por hora, depois o ritmo volta à normalidade.

As adolescentes do diálogo acima fazem parte de uma mesma turma, mas mesmo assim, notamos as divergências nos pensamentos, as diferenças gritantes no meio delas e rebate na parede do futuro.

Férias, escola, carnaval, escola de novo, são rotatividade na vida que nos mostram que, se não ficamos atualizados, em sintonia com o presente, o futuro será meramente um reflexo do passado.

Com o tempo os adolescentes estão aprendendo a dialogar sem que precisem usar muitas gírias, estão conquistando espaços e confiança, pois o futuro só será construído com dignidade se os jovens se tornarem adultos participativos na comunidade.

Juízo e coerência não combinam com os jovens, mas as férias servem mesmo para que eles sintam falta da escola e vontade de voltar. Onde encontrariam lugar de maior liberdade e segurança? Onde mais eles têm permissão para pesquisar e arquivar na memória conhecimentos que os fazem ficarem inteligentes, muito inteligentes perante a sociedade em que vivem? Lutar pelo espaço que cabe a cada um por direito da natureza.

As duas adolescentes do “papo” acima aprenderão isso, mais cedo ou mais tarde.

Senão... serão somente duas adolescentes que se transformarão em “criaturas que a vida pode moldar a maneira que quiser”.

Como diz um poeta: “tudo que existe em mim, é meu, mas posso e devo repartir com as pessoas que me rodeiam. Inclui-se aí, o que aprendi na escola”.

Oba! As férias acabaram!!!

E o meu sonho de ter um carro folheado a ouro ainda está apenas começando...

Vandenilza Caldonazzo

terça-feira, 9 de agosto de 2011

CRISTAIS ( A realidade de um sonho ou o sonho de uma realidade - 5º capítulo)



O sol estava a pino, as pessoas trabalhavam sem parar, apenas se ouvia a barulho de seus instrumentos de trabalho, enxadas, foices e a voz do turmeiro a gritar para que os “bóias-frias” trabalhassem mais rápidos, e chegamos a pensar que o tempo da escravidão já acabou.

O barulho ensurdecedor de um jato passou por eles, que descansaram suas enxadas e foices e olharam na direção do aparelho, acharam estranho um avião tão grande estar voando tão baixo e o que viram a seguir, deixou todos estarrecidos, espantados, por virem tamanho aparelho sumir no ar, parecendo que um grande buraco engolira o avião, o barulho do motor, não se ouvia mais, somente o silêncio e os olhares dos trabalhadores não acreditando no que assistiram.

Como isso aconteceu? Um avião daquele tamanho não podia ter sumido, parecia mágica, alguém estava brincando com eles debaixo daquele sol escaldante, o calor estava dando alucinações, uma alucinação coletiva, ou realmente ela presenciaram um fenômeno da natureza, o céu engolira o avião.

Escuridão Niza despertou, abriu os olhos e foi aos poucos acostumando com a claridade excessiva que penetrava pela janela quebrada, olhou ao redor, gente espalhada por todos os lugares, mas como isso pôde acontecer; eles haviam caído no mar, no entanto todos estavam vivos, ninguém se machucara, a alegria estampou nos olhares de todos. Olharam pelas janelas e o mundo lá fora parecia de cristais, uma claridade que doía nos seus olhos, conseguiram abrir a porta do aparelho e saíram, então a claridade se fez mais intensa, os pés tocaram na areia branca, alva, como se alguém a tivesse lavado grão por grão. Niza olhava para todos os lados, afastou-se e olhou o “monstro voador” imponente, pousado à beira de um lago, calmo, azul, dava a impressão de um grande espelho espalhado numa relva verde que batia forte no sentimento, elevou o olhar e sentiu que alguma coisa diferente acontecia, que tinha algo diferente naquele lugar, o sol estava a pino, mas era incrível que não queimava a pele, ao menos era pra sentir seu calor, passou suas mãos pelo rosto, nenhum suor, impossível, com aquele sol era pra sentir um calor imenso, abaixou-se, tomou em suas mãos um punhado de areia, fria, como pode, a areia estava fria, começou a jogá-la por entre os dedos e esta escorria e caía na vertical, Niza sentiu algo estranho, apanhou novamente outro punhado de areia, levantou e começou a soltá-la, a areia caia reta até o chão, não tinha vento, nem ao menos uma brisa, olhou para o lago também não viu nenhum movimento de ondas, olhou para seus companheiros de viagem, sentados na areia fria da praia.

- Estamos mortos – pensou – ou o mundo parou, parou no espaço; voltou para perto de seus companheiros para analisarem juntos a situação, ouviu alguém comentando.

- Pelo que parece, nós caímos e estamos no fundo do mar.

Era verdade, pela lógica do fato, eles tinham caído no mar, ela se lembrou bem das ultimas palavras do piloto, mas como é possível, será que existia no fundo do mar outra dimensão? O mais provável era que o avião tivesse boiado, mais tinha se enchido de água o mais sensato era mesmo admitir que todos estavam mortos.

Continua...

A LUTA ENTRE O BEM E O MAL


Ainda há fatos que precisam de mais esclarecimento, mas são meros detalhes, pois o todo da coisa sua alma já compreendeu perfeitamente; o problema é que esse conhecimento responsabiliza você a agir de acordo.

Agora não é tempo de fazer concessões exageradas, relacionar-se bem é uma arte, e sábias são as pessoas que reconhecem com exatidão o tempo de ceder e o de exigir. Observe seu sonho e exija que tudo aconteça em benefício deste.

É natural que surjam confusões depois de você ter feito alguns avanços, pois a dinâmica dos relacionamentos segue uma linha conservadora, resiste a qualquer mudança. Insista, porém, pois nada deve continuar como antes.

Enquanto as pessoas pedem para serem julgadas pelo que dizem ou prometem, enxergue você além, e se for necessário criticá-las, ou julgá-las, faça isso baseando-se em fatos, naquilo que elas fazem e praticam.

As aparências têm força, mas aquilo que você é possui um poder duradouro, que persiste além das constantes mudanças que sofrem as aparências. Queira ser, mais do que parecer, contrarie as regras do marketing.

Qualquer recurso gasto na preservação de um relacionamento importante não poderia chegar sequer perto de ser considerado “muito caro” por você. Caro seria você perder esse relacionamento, e não gastar para preservá-lo.

Tudo o que você devia ter feito, mas não fez, tudo o que você poderia ter dito, mas não disse, tudo o que poderia ter pensado, mas não pensou. O clima de remorsos está na ordem do dia, mas é perda de tempo permanecer nele.

Logo você deixará para trás a parte mais solitária do caminho, mas ainda assim terá de enfrentar uma realidade em que os vínculos estabelecidos não chegam nem perto do equilíbrio ansiado. Você ainda terá de oferecer mais do que receber.

Os usos e costumes são bons enquanto dura sua serventia, pois dia mais dia menos se transformam em verdadeiras prisões que limitam o impulso criativo. Melhor faria você, agora, em subverter esses costumes que se repetem diariamente.

Oriente seus pensamentos no sentido de servir melhor as pessoas com que se relaciona, seja útil a elas a maior parte do tempo e, em vez de pensar no que tirar delas, cultive idéias a respeito do que você poderia lhes oferecer.

O conforto é sagrado, porém ainda mais sagrado é o impulso da evolução, e por causa dele chega o momento que é agora, de você abrir mão de um tanto de seu conforto imediato, visando a conquistas maiores e melhores.

As idéias discordantes precisam se confrontar através de discussões, pois mesmo que por essas se sacrifique a tão desejada paz, é assim que as mesmas se aperfeiçoam, lapidando abusos e ressaltando verdades.

Mesmo que nossa humanidade tenha se esbaldado num colossal esforço intelectual para relativizar o bem e o mal, como esse exercício foi puramente neurótico, hoje ela se depara com resultados pífios, e com a imperiosa necessidade de radicalizar, pois quem não tomar partido nessa luta entre o bem e o mal, sem sabê-lo, e muito provavelmente sem querê-lo, engrossará as fileiras do mal. Buscar algo de bem no mal, no fundo abre a brecha para que, quando o mal for praticado, ele pareça aceitável, e é por isso que não é admirável que pessoas supostamente dignas se encontrem agora enlameadas por causa do mal que praticaram, pois o fizeram motivadas pela boa intenção de prosperar individualmente, já que, afinal, que mal haveria em prosperar?

Vandenilza Caldonazzo