terça-feira, 9 de agosto de 2011

CRISTAIS ( A realidade de um sonho ou o sonho de uma realidade - 5º capítulo)



O sol estava a pino, as pessoas trabalhavam sem parar, apenas se ouvia a barulho de seus instrumentos de trabalho, enxadas, foices e a voz do turmeiro a gritar para que os “bóias-frias” trabalhassem mais rápidos, e chegamos a pensar que o tempo da escravidão já acabou.

O barulho ensurdecedor de um jato passou por eles, que descansaram suas enxadas e foices e olharam na direção do aparelho, acharam estranho um avião tão grande estar voando tão baixo e o que viram a seguir, deixou todos estarrecidos, espantados, por virem tamanho aparelho sumir no ar, parecendo que um grande buraco engolira o avião, o barulho do motor, não se ouvia mais, somente o silêncio e os olhares dos trabalhadores não acreditando no que assistiram.

Como isso aconteceu? Um avião daquele tamanho não podia ter sumido, parecia mágica, alguém estava brincando com eles debaixo daquele sol escaldante, o calor estava dando alucinações, uma alucinação coletiva, ou realmente ela presenciaram um fenômeno da natureza, o céu engolira o avião.

Escuridão Niza despertou, abriu os olhos e foi aos poucos acostumando com a claridade excessiva que penetrava pela janela quebrada, olhou ao redor, gente espalhada por todos os lugares, mas como isso pôde acontecer; eles haviam caído no mar, no entanto todos estavam vivos, ninguém se machucara, a alegria estampou nos olhares de todos. Olharam pelas janelas e o mundo lá fora parecia de cristais, uma claridade que doía nos seus olhos, conseguiram abrir a porta do aparelho e saíram, então a claridade se fez mais intensa, os pés tocaram na areia branca, alva, como se alguém a tivesse lavado grão por grão. Niza olhava para todos os lados, afastou-se e olhou o “monstro voador” imponente, pousado à beira de um lago, calmo, azul, dava a impressão de um grande espelho espalhado numa relva verde que batia forte no sentimento, elevou o olhar e sentiu que alguma coisa diferente acontecia, que tinha algo diferente naquele lugar, o sol estava a pino, mas era incrível que não queimava a pele, ao menos era pra sentir seu calor, passou suas mãos pelo rosto, nenhum suor, impossível, com aquele sol era pra sentir um calor imenso, abaixou-se, tomou em suas mãos um punhado de areia, fria, como pode, a areia estava fria, começou a jogá-la por entre os dedos e esta escorria e caía na vertical, Niza sentiu algo estranho, apanhou novamente outro punhado de areia, levantou e começou a soltá-la, a areia caia reta até o chão, não tinha vento, nem ao menos uma brisa, olhou para o lago também não viu nenhum movimento de ondas, olhou para seus companheiros de viagem, sentados na areia fria da praia.

- Estamos mortos – pensou – ou o mundo parou, parou no espaço; voltou para perto de seus companheiros para analisarem juntos a situação, ouviu alguém comentando.

- Pelo que parece, nós caímos e estamos no fundo do mar.

Era verdade, pela lógica do fato, eles tinham caído no mar, ela se lembrou bem das ultimas palavras do piloto, mas como é possível, será que existia no fundo do mar outra dimensão? O mais provável era que o avião tivesse boiado, mais tinha se enchido de água o mais sensato era mesmo admitir que todos estavam mortos.

Continua...

Um comentário:

Anônimo disse...

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