quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

VIVOS, MAS MORTOS PARA O RECONHECIMENTO

(Minha aposentadoria saiu em fevereiro de 2011. Sabendo que muitos de meus colegas de profissão estão como eu, descontentes com o sistema educacional em que trabalhamos e sabendo que quando saimos do mesmo somos legadas ao esquecimento por todos, escrevi este texto para uma amiga que considero como a uma irmã, para desabafar minha mágoa).



Itai, 22 de fevereiro de 2011

Sônia!
Tudo bem com você?
Comigo? Tudo bem!

A aposentadoria traz uma sensação esquisita, mas gostosa. Para mim foi “normal”, pois ela ocorreu numa sexta-feira e tive sábado e domingo para digeri-la e fazer a “somatória” do que seria a minha caminhada de agora para frente.
Na sexta eu te disse que sairia um pouco “magoada” com o sistema, e que não iria sentir saudades. Verdade amiga, não estou sentindo saudade da escola, mas sinto a “falta da presença” de algumas pessoas que ficaram por lá, mas descobri que ainda posso fazer muito fora da escola e farei, para meu “prazer pessoal”.
Em casa já revirei coisas que havia esquecido de fazer por falta de tempo ou cansaço quando retornava do trabalho.
Sei que depois de muitos anos o sistema não vai agradecer-me pelos serviços prestados e dentro de muito pouco tempo se esquecerá de mim, mas jamais deixarei de ser Professora!
Bem, resolvi reorganizar “minhas coisas”, reler algumas matérias que recebi e li atropeladamente, terminar de escrever histórias que comecei, elas estão aclarando minhas idéias e me mostrando o que não consegui captar na primeira leitura.
Esta revista que está em suas mãos, eu recebi no ano de 2005 e ao reler os textos, a sua imagem vinha em meus pensamentos, então decidi...
– Vou enviá-la para a mana Sônia, talvez ela também leia o texto “A importância de estarmos aqui” e entenda que não devemos nos sentir “machucadas” pelo que nos acontece neste período de vida neste planeta terrestre.
Olha mana! São textos maravilhosos, espero que você goste e faça como eu, pense assim: “Eu não sou o que os outros querem que eu seja e sim, sou o que eu realmente quero e devo ser, para mim e para os que amo, e já fiz o necessário para ajudar a evolução de meus semelhantes, agora vou cuidar de mim, somente de mim, sem mágoa e ser feliz.”
Com votos de Paz Profunda.
Vandenilza - SRC

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