sábado, 21 de novembro de 2009

FRETER ADRIANO - POETA EM MEIO AO "APAGÃO"

O único contato com o mundo exterior foi feito pela internet. Uma visita ao meu perfil no site de relacionamentos. Parece que agora alguma cor surge diante de meus olhos. O branco e azul inconfundíveis me levando a um universo de possibilidades, culturas e pessoas que possivelmente jamais conheceria (se é que a conhecerei algum dia).Clicando aqui e ali vou passando por pessoas, buscando aquilo que agrade aos olhos, aos sentindos. Eis que me deparo com um perfil. Figura meiga que carrega nos fundos dos olhos a busca que também é minha. Não busco a beleza física ditada pela mídia, busco isso: a beleza de um detalhe que muitas vezes passa despercebido dos olhos daqueles que só buscam o carnal. Já tive o carnal e posso garantir que não me iludo mais com ele. A beleza é tão efêmera que quando nos damos conta perdemos um tempo precioso com algo que é completamente ilusório e, muitas vezes, a pessoa que achávamos a mais bela se transforma em algo horrendo e repugnante.

]☆Ainda que meu relacionamento seja solteiro, na verdade sou casado: com meus filhos, meus filmes, minhas ordens iniciáticas, meus amigos, irmãos, fratres, sorores e ao vegetarianismo.Casado com meus livros, músicas e incensos. Casado com minhas vitórias, divorciado das derrotas. Relacionamento estável com Budismo de Nitirem Daishonin, vivendo maritalmente com minha moto. Casado com minha liberdade de ir e vir. Divorciado das amarras do que pensei um dia ser amor. Casado com a alegria de viver. Flertando com as infinitas possibilidades de uma nova companheira que saiba tudo isso entender e ainda assim me aceitar, sabendo que sou humano e falho, mas que busco muito, com cada erro, a cada dia, ser uma pessoa melhor. Não procuro relacionamentos fúteis, quero um amor cinematográfico e um “...e viveram felizes para sempre...”.

Texto e foto de Adriano Carvalho

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