PRIMAVERA

Sentada no alpendre de casa eu ficava a olhar a rua 7 de setembro.

Puxa! 
Como é calma.
Dali eu ficava a meditar.
O amor...
O desamor...
O ódio...
As desesperanças...
e as poucas esperanças de quem moravam ali.
Desencontros de primaveras...
Por falar em primavera, quando será que ela voltará ?
Pois anda perdida entre tantas outras estações, que chegaram sem avisar.
É chuva no verão, chuva de verão, é o sol no inverno, aquecendo o coração, é flor no outono... maravilhosas...
E a primavera? 
Onde andará? 
Onde estará?
Por mais que penso, não consigo encontrar.
Talvez ela esteja longe, tão longe que não podemos encontrá-la.
Também, a procuramos no impossível.
Se nós procurássemos em nossos corações, a encontraríamos na certa.
Mas hoje em dia, o nosso coração está mais longe que o infinito e, não podemos chegar até ele.
É ódio.
È rancor.
É raiva.
Isto tudo o que temos dentro de nós, misturados, que nosso coração se perdeu no meio de tudo isso.
Sentada no alpendre de casa eu olhava a rua e pensava, pensava, pensava tanto que me dava sono e eu... ia dormir.
Boa noite Itaí !